segunda-feira, 6 de julho de 2009

Rambo, o herói americano de todas as horas

A sétima arte nos oferece elementos de valor histórico inestimável, podemos ver nas telas do cinema propagandas contra regimes de governo ou justificativas de derrotas militares desastrosas e futuras investidas bélicas sem motivos concisos. Como no caso dos EEUU e seu veterano do Vietnã John Rambo, uma máquina de matar que leva a paz armada e resgata indivíduos e populações das garras inimigas (nesse caso, garras de comunistas e afins).
Pois bem, na maravilhosa saga de ação e patriotismo, em Rambo III, os EEUU mandam o herói americano ao Afeganistão (isso mesmo, onde o amigo da família Bush brincava de esconde-esconde), mas, pasme,- nessa envolvente fonte histórica - Hollywood mostra ao mundo dos anos 80 que o regime Talibã precisa ser salvo das garras dos soviéticos! Não, não houve nenhum engano, caro leitor, as armas que os Norte Americanos insistem em tomar do Talibã foram dadas por eles mesmos décadas atrás – como um primo mal criado que dá e toma presentes aos parentes pobres ao seu bel prazer.
O enredo é simples, há um carregamento de armas que deve chegar ao Afeganistão para que os Talibãs façam a defesa da população aos ataques dos desalmados comunistas da União Soviética; como a ameaça é grande e essa seria uma missão para verdadeiros heróis, o americano Rambo é convocado para essa empreitada – e, óbvio, a missão é cumprida!
Surge uma dúvida cruel em meu âmago: a de como será o filme que explicará o erro dos comandantes e de Rambo sobre a entrega do armamento. Agora, buscaremos de volta e mataremos todo e qualquer individuo que não se entregar. Acredito que essa seja uma missão para o Robocop, com seu famigerado jargão “Vivo ou morto, você vem comigo!”. É basicamente o que se tem feito desde então. A vida imita a arte, dizem os sonhadores e especialistas, eu digo: os nossos vizinhos do Norte são tão temperamentais que não conseguem fazer amigos por mais de três décadas: Osama, Sadam, Talibã (todos velhos amigos travestidos em ameaças contemporâneas). Pensemos em nós, em breve estamparemos cartazes de cinema e seremos a próxima ameaça: os preguiçosos Sul Americanos que não cuidaram do patrimônio mundial, a Amazônia!

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